quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Promessa no quarto do Anhangabaú

Amanhã vou fazer um poema
E se amanhã eu não tiver a arma com que fazer o poema
Terei morrido de guardá-lo esperando à noite

Chamam-me, por essas, de hipocondríaco negativo pessimista
– Só por falar da morte, é, senhores? Onde estamos?
Eu disse que vou escrever
Agora preciso esquecer para chegar amanhã à forma filtrada e silenciosa do amor
Vejam como está desengonçado

Pensei na morte como quem aventa o improvável
Que implicância e que esquivância sobre a morte
Falei da morte como quem fala: "boa noite"

Mas principalmente o que eu quero é amanhã
Vou fazer um poema
Amanhã vou fazer um poema