segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pára-Pára

O cavalo anda
A carroça anda
A barata anda
A pomba anda
O meliante anda
O guarda anda
A louca anda
A enfermeira anda
A fila anda
A vida anda
A onda anda
O rato anda
O gato anda

... e eu empaco
d'amor
eu engatinhando

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

eu bassaria a noite escrevendo = mas amanhã vou abagar esse boste

algo está perturbando o dezaini

se desmorono ou se edifico
se permaneço ou me desfaço

anus liso sinto teso

e um e outro leiauti

domingo, 31 de outubro de 2010




domingo, 18 de julho de 2010

Eu faço
Com essa lassidão
Com esse dedo em riste
Que passa tudo em vão

Eu faço
Com todo esse bagaço
Com tanto passo triste
Com tanta indecisão

. .........................................Eu faço um espaço
. .........................................Eu faço um vão
. .........................................E passo

domingo, 4 de julho de 2010

Amigo,

Vem cá comigo
Digo
Deixa pra lá
O castigo
Tenho um abrigo
Virgo
Que te dará
Calor
É bem aqui
Vem cá
Vamos fazer
Aqui
Um templo pra
Mará
Vem pra Mará
Cujá
Flor dá maná
Do Amor

Flor, olha eu
Amor
Olha pro meu
Amor

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Embrulho

. .Eu toparia um homem banal
. .que me desse flores num papel jornal

. .Amores acumulados
. .num papel jornal
. .quais cacos de um copo de vida

. .Eu toparia um homem banal
. .que me desse flores na despedida

sexta-feira, 14 de maio de 2010

assinado, Eric

mora
na filosofia

pra que rimar
amor e dor?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Escombrose

.

a baixeza

retoca de lilás os cílios diagonais

com fineza de espírito com arguta vontade

vem matar-nos cantando seus tangos demais

.

a baixeza (que vem dizer:)

- estamos prontos para a sessão?

e tem arames antigos nas mãos

e tem torturas ancestrais para nós

.

proteja-te reza terços fecha-te entre teus xangôs e diabos

os arquétipos ornamentados de nova persona

babel erguida é falsa acaso tenha mais só babel de escudo

babel virá cair mais escombros nessa vida quebrantada

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agora principalmente agora do futuro próximo

suma-te entre letras até que a alma suba e caia do lado de lá

que da carne hirta ao limboso muro o lado de lá seja ainda solar

.

estejamos bem vestidos para a volta marcada

.

o arame veio mas agora para o show de humores

outro senhor ronda - o percurso dos primeiros senhores

é certa a novidade - é certa - como o canto de falar em línguas

amém zugalelê maomá acugalá-já

.

.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Nova estrada

>>>Escuto seus pés rentes à porta fechada
>>>E não bateu, fechou, silenciosa e total
>>> Deixa assim, é como ele gostava de fechá-la
>>>Soprei a Saturno, que me impele as mãos ansiosas

>>>Mas ainda não é você quem deitou aqui
>>>Você é sempre os seus pés na estrada floral
>>

>>>A porta fechou-se hoje: – Pode abrir amanhã uma corola?
>>>Desato o coração atento: – É você quem chegou?!
>>>Escapado o grito, coração escapado, sem jeito
>>>Nossa porta - escancarar para uma estrada conjunta

>>>– Anda, Saturno, anda mais dócil
>>>Estrada dia, estrada noite: faz um caminho
>>>

>>>Ser como o amor do equinócio

sábado, 30 de janeiro de 2010

Do sem menso


>>>>>>>>>>>>A expressão do objeto ponto acodiu Sérgio Armando ao deter-se olhando para o seu amor, Artur dos Santos, com olhos comensais

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>>>>>>>>>>>>E deram-se ao sabor primordial, que não intentaremos remedar pelas sucessões secundárias do senso


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Entrementes

>

>>>> esvai-se – retoma – expande – contrai-se
>>>>

>>>> um ponto
>>>>

>>>> germina tons altíssimos – a mais derivação mais remotíssima
>>>> ponto natural – parca esperança – as ondas equacionam muito mal
>>>> o ponto – das singularidades – nem vem de um eixo reto


>>>> uma sorte de coisas interrompe a noite – noite
>>>> ou irrompe - ali: em que algum homem esperava
>>>> rompe – sem integridade – seguramente onde se conclui nada
>>>> cor do verniz preto... preto – com que é tudo bálsamo
>>>> lente – pilão de histórias – arremessados fora
>>>> vida de homens de cartola – cauterizada

>>>> esvai-se – retoma – expande – contrai-se

>>>> tenho óculos e tenho bigodes
>>>> e porque não sob eles tenho também um espírito brincalhão
>>>> tenho amor – ascensão – queda insípida – tremores
>>>> tremores noturnos
>>>> tremores noturnos
>>>> noturnos

>>>> a maior balela
>>>> a maior – suspiragem poética – gosto de fibra recém-colhida
>>>> ainda que insipiente – antigo espírito – aquele tabagista
>>>> borbulha – quer cor cada fissura – a boca mal-cicatrizada

>>>> não quero mais nada – mais – que não mais nada
>>>> o meu ponto-frequente.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Homem Rico

>>>>
>>>>>Vejam aquele que passa
>>>>>aquele é o tal homem Rico
>>>>>dizem que tem vasta posse
>>>>>de que é tanta, não tem fim

>>>>>- Mas como é que passa assim?
>>>>>onde estão seus caros panos,
>>>>>seus espelhos, seu carmim?
>>>>>de quantas pensões dispõe?
>>>>>faz feitiços e abusões
>>>>>pra conquistar seus cristais?
>>>>>e se faz, onde é que estão
>>>>>essas peças e outras mais?
>>>>>tantas posses, onde estão?
>>>>>nem se vê nada demais!

>>>>>Não são coisas dessas, não
>>>>>ele tem só duas paredes
>>>>>pra pregar o seu cordão
>>>>>ele pende moedas sonhos
>>>>>no cordão, entre as paredes
>>>>>pinta cores sobre amores
>>>>>tantos quantos sonhos teve
>>>>>de nós, de quem vem ganhar

>>>>>Não tem tetos nem penhores
>>>>>faz baixar os céus ao chão
>>>>>quando dá cores ao meu
>>>>>sonho de constelação

>>>>>Vejam aquele que passa
>>>>>tem mais um no seu cordão

domingo, 10 de janeiro de 2010

Topada


abalança
estacada virgem do brás
postiço enteados de virgo
tocadores e pífaros dores
as ancas

mãos maçanetas mãos mancas
desbarranca me feito chupeta
elefeito doputo estacado
de dopuro depuro marcado
se punheta petas tocadores
c l u b ..s o c i a l c l u b


estaca

ta tá ta ta táp

tum tu tum tu tum
> >tu.


çanetas coríntios machados
assados de francos impérios
sentado sombrio fuzilado

> >do outro lado
> >> >n ã o .d e i x a .e u ..c a i r

> >> >n ..ã ..o ....d ..e ..i ..x ..a


c l u b
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

> >> >t ô .p á l i d o .e .r o x .o .
> >> >m i n h a id e i a...f i c a
> >> >u m a -.e...s .t..o.p.a..d.a



.

Acepção

A sessão terminou, a outra vai começar em quinze minutos. No lado de fora do banheiro se ouve:

.. .. .. .. .- Eu num tô conseguindo nem assistir nem DVD mais.
.. .. .. .. .- Tá sem tempo.
.. .. .. .. .- Não, é que eu alugo um monte de filme aí eu chego em casa cadê o saco de assistir filme?
.. .. .. .. .- Ah sei.
.. .. .. .. .- Aí eu falo: "eu só faço, eu não assisto mais não".