Pára-Pára
O cavalo anda
A carroça anda
A barata anda
A pomba anda
O meliante anda
O guarda anda
A louca anda
A enfermeira anda
A fila anda
A vida anda
A onda anda
O rato anda
O gato anda
... e eu empaco
d'amor
eu engatinhando
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
Eu faço
Com essa lassidão
Com esse dedo em riste
Que passa tudo em vão
Eu faço
Com todo esse bagaço
Com tanto passo triste
Com tanta indecisão
. .........................................Eu faço um espaço
. .........................................Eu faço um vão
. .........................................E passo
domingo, 4 de julho de 2010
quinta-feira, 1 de julho de 2010
sexta-feira, 14 de maio de 2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Escombrose
.
a baixeza
retoca de lilás os cílios diagonais
com fineza de espírito com arguta vontade
vem matar-nos cantando seus tangos demais
.
a baixeza (que vem dizer:)
- estamos prontos para a sessão?
e tem arames antigos nas mãos
e tem torturas ancestrais para nós
.
proteja-te reza terços fecha-te entre teus xangôs e diabos
os arquétipos ornamentados de nova persona
babel erguida é falsa acaso tenha mais só babel de escudo
babel virá cair mais escombros nessa vida quebrantada
.
agora principalmente agora do futuro próximo
suma-te entre letras até que a alma suba e caia do lado de lá
que da carne hirta ao limboso muro o lado de lá seja ainda solar
.
estejamos bem vestidos para a volta marcada
.
o arame veio mas agora para o show de humores
outro senhor ronda - o percurso dos primeiros senhores
é certa a novidade - é certa - como o canto de falar em línguas
amém zugalelê maomá acugalá-já
.
.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Nova estrada
>>>Escuto seus pés rentes à porta fechada
>>>E não bateu, fechou, silenciosa e total
>>>– Deixa assim, é como ele gostava de fechá-la
>>>Soprei a Saturno, que me impele as mãos ansiosas
>>>Mas ainda não é você quem deitou aqui
>>>Você é sempre os seus pés na estrada floral
>>
>>>A porta fechou-se hoje: – Pode abrir amanhã uma corola?
>>>Desato o coração atento: – É você quem chegou?!
>>>Escapado o grito, coração escapado, sem jeito
>>>Nossa porta - escancarar para uma estrada conjunta
>>>– Anda, Saturno, anda mais dócil
>>>Estrada dia, estrada noite: faz um caminho
>>>
>>>Ser como o amor do equinócio
sábado, 30 de janeiro de 2010
Entrementes
>
>>>> esvai-se – retoma – expande – contrai-se
>>>>
>>>> um ponto
>>>>
>>>> germina tons altíssimos – a mais derivação mais remotíssima
>>>> ponto natural – parca esperança – as ondas equacionam muito mal
>>>> o ponto – das singularidades – nem vem de um eixo reto
>>>> uma sorte de coisas interrompe a noite – noite
>>>> ou irrompe - ali: em que algum homem esperava
>>>> rompe – sem integridade – seguramente onde se conclui nada
>>>> cor do verniz preto... preto – com que é tudo bálsamo
>>>> lente – pilão de histórias – arremessados fora
>>>> vida de homens de cartola – cauterizada
>>>> esvai-se – retoma – expande – contrai-se
>>>> tenho óculos e tenho bigodes
>>>> e porque não sob eles tenho também um espírito brincalhão
>>>> tenho amor – ascensão – queda insípida – tremores
>>>> tremores noturnos
>>>> tremores noturnos
>>>> noturnos
>>>> a maior balela
>>>> a maior – suspiragem poética – gosto de fibra recém-colhida
>>>> ainda que insipiente – antigo espírito – aquele tabagista
>>>> borbulha – quer cor cada fissura – a boca mal-cicatrizada
>>>> não quero mais nada – mais – que não mais nada
>>>> o meu ponto-frequente.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Homem Rico
>>>>
>>>>>Vejam aquele que passa
>>>>>aquele é o tal homem Rico
>>>>>dizem que tem vasta posse
>>>>>de que é tanta, não tem fim
>>>>>- Mas como é que passa assim?
>>>>>onde estão seus caros panos,
>>>>>seus espelhos, seu carmim?
>>>>>de quantas pensões dispõe?
>>>>>faz feitiços e abusões
>>>>>pra conquistar seus cristais?
>>>>>e se faz, onde é que estão
>>>>>essas peças e outras mais?
>>>>>tantas posses, onde estão?
>>>>>nem se vê nada demais!
>>>>>Não são coisas dessas, não
>>>>>ele tem só duas paredes
>>>>>pra pregar o seu cordão
>>>>>ele pende moedas sonhos
>>>>>no cordão, entre as paredes
>>>>>pinta cores sobre amores
>>>>>tantos quantos sonhos teve
>>>>>de nós, de quem vem ganhar
>>>>>Não tem tetos nem penhores
>>>>>faz baixar os céus ao chão
>>>>>quando dá cores ao meu
>>>>>sonho de constelação
>>>>>Vejam aquele que passa
>>>>>tem mais um no seu cordão
domingo, 10 de janeiro de 2010
Topada
abalança
estacada virgem do brás
postiço enteados de virgo
tocadores e pífaros dores
as ancas
mãos maçanetas mãos mancas
desbarranca me feito chupeta
elefeito doputo estacado
de dopuro depuro marcado
se punheta petas tocadores
c l u b ..s o c i a l c l u b
estaca
ta tá ta ta táp
tum tu tum tu tum
> >tu.
çanetas coríntios machados
assados de francos impérios
sentado sombrio fuzilado
> >do outro lado
> >> >n ã o .d e i x a .e u ..c a i r
> >> >n ..ã ..o ....d ..e ..i ..x ..a
c l u b
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
> >> >t ô .p á l i d o .e .r o x .o .
> >> >m i n h a id e i a...f i c a
> >> >u m a -.e...s .t..o.p.a..d.a
.
Acepção
A sessão terminou, a outra vai começar em quinze minutos. No lado de fora do banheiro se ouve:
.. .. .. .. .- Eu num tô conseguindo nem assistir nem DVD mais.
.. .. .. .. .- Tá sem tempo.
.. .. .. .. .- Não, é que eu alugo um monte de filme aí eu chego em casa cadê o saco de assistir filme?
.. .. .. .. .- Ah sei.
.. .. .. .. .- Aí eu falo: "eu só faço, eu não assisto mais não".