domingo, 6 de abril de 2008

Pedra de São Paulo

Menos assexuado é o clima de São Paulo
As casas do centro ainda respiram um hálito seminal
Os velhos andam de bengala
Sem olhar o chão que apalpam
E de memória enrijecida nos cafés de outrora

São Paulo anda respirando sua cor marrom xadrez
Os tecidos com cheiro de fumo de corda
Os cigarros de orégano mal industrializados
Mas que passam por paulistanos

Eu olho de todas as varandas a garoa de pernas
Brancas pretas amarelas de um sem sexo chamativo
E vejo as suas em todas
E em nenhuma

Minhas mãos não querem nada
Nem minhas pernas, se existem
Agora é que a garoa é forte
A pedra no meu colo
De ônibus pra subir toda a Consolação
Soltá-la
E só brincar disso
Por mais três dias